22 de jan. de 2010

A Competitividade Na Igreja

A igreja é visto como um corpo em 1ª Coríntios 12, logo podemos parafrasear a competitividade como uma doença de saúde, só que no nosso caso um problema de saúde espiritual. Assim como no corpo podemos sofrer de lupus eritematoso sistêmico (LES), que é uma doença crônica onde acontecem alterações fundamentais no sistema imunológico da pessoa. O sistema imunológico é uma rede complexa de órgãos, tecidos, células e substâncias encontradas na circulação sanguínea, que agem em conjunto para nos proteger de agentes estranhos. Uma pessoa que tem LES, desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais, podendo consequentemente afetar a pele, as articulações, rins e outros órgãos. Ou seja, a pessoa se torna "alérgica" ao próprio corpo, o que a caracteriza como tendo uma doença auto-imune. A competitividade na igreja tem sido esta doença. Vemos membros versus líderes, pastores versus reverendos e “apóstolos”. Estamos correndo atrás de reconhecimentos, status, medalhas de ouro, subir no pódio ou quem sabe erguer um troféu. Parece que nos esquecemos do objetivo principal -- a glória de Deus! Servimos para alegrar aquele que nos arregimentou. Considerando este problema como uma doença, precisamos então, o mais rápido possível, erradicar este problema de saúde espiritual no nosso meio.

1. Os sintomas

Identificamos a competitividade na igreja quando percebemos irmãos que sustentam um discurso em que diminui a imagem do próximo em detrimento da sua imagem. Eu prego melhor, fulano não leciona bem, irmão "X" canta mal e toca péssimo, Beltrano não tem características de um líder; vemos competição entre departamentos, entre ministérios e sem querer acabamos formando grupinhos na Igreja. Nos esquecemos que cada um tem um jeito e uma maneira de trabalhar e expor seus conhecimentos, porém isto não os torna deficientes naquilo que vem desempenhando. Existem outros que vão além e criam fofocas, calúnias para prejudicar aqueles que estão na frente, pois tal pessoa fica incomodada com o sucesso do outro. Podemos identificar certas pessoas na igreja quando elas enchem a boca para falar que “no meu tempo não era assim” “quando eu era líder a coisa funcionava” porém, enquanto liderados não cooperam com a liderança atual etc...

2. O diagnóstico

O conhecimento desta enfermidade pelos sintomas nos leva a refletir sobre as conseqüências desta doença, as quais são desastrosas e podem levar a erros irreparáveis. Nestas competições a igreja sai machucada, irmãos saem feridos e o evangelho prejudicado. Cristo já havia nos ensinado no Evangelho de Lucas 11. 17, 18, 23 que todo reino dividido contra si mesmo acaba em ruínas. Quando existe uma competição num grupo, este tende ao fracasso, quando se entra numa competição automaticamente você se posiciona contra o outro grupo e isto não é bom para a igreja. Se cultivarmos a competição vamos ter que tirar muitos irmãos machucados dos escombros. O apóstolo Paulo faz eco ao ensinamento de cristo em 1ª Corintios 1.12 quando a igreja reunida vivia numa competição “eu sou de Paulo e eu de Apolo” O apóstolo rebate esta competição tola com três perguntas onde a glória de Cristo deve ser ressaltada. Está Cristo divido, separado, distribuído? Nunca! Paulo reforça esta idéia no capítulo 12 quando ele fala do corpo ao qual somos membros e não podemos viver numa competição, pois a mesma provoca ruínas e a mutilação do corpo.

O texto sagrado da construção da Torre de Babel também nos faz lembrar que onde não existe comunhão, onde não existe cordialidade as coisas não avançam, não frutificam. A presença da competição torna ausente a comunhão, logo este problema de saúde espiritual que muitas igrejas sofrem deve ser o tanto quanto possível erradicado.

3. O tratamento

Precisamos tratar disto em nossas igrejas, pois fazemos parte do reino de Cristo, somados somos o corpo de Cristo, não podemos nos acomodar com esta doença no nosso meio, por isso tratar desta enfermidade será de suma importância para nossa saúde espiritual.

Há três formas de tratarmos a competição na igreja. Este tratamento se baseia na humildade, sendo esta um forte antídoto contra a competitividade na igreja. Jesus deixa claro que dos humildes é o reino dos céus (MT 5.3) e também nos alerta que o que se humilha será exaltado (Lc. 14.110). Quando desistimos da competição, nos colocamos em posição de humildade e para isso precisamos ter muito bem definido qual a nossa vocação, qual é o nosso chamado e fazer somente aquilo que o Senhor designou.

Em segundo lugar combatemos a competitividade sendo servo . A resposta de Jesus para os dois discípulos de Zebedeu foi justamente esta: se quiser ser grande -- sirva, se quiser ser o primeiro -- seja servo. Cristo nos deu o exemplo de como ser um servo, dizendo que o filho do homem veio para servir e não para ser servido ao mesmo tempo que lavava os pés dos discípulos. Nunca ele entrou numa competição com os escribas, fariseus e sacerdotes, simplesmente servia a Deus cumprindo sua vocação.

E por último, para erradicar esse mal devemos combater este tipo de atitude da mesma forma que João Batista combateu quando seus discípulos queriam trazer um tipo de competição entre ele e Cristo -- quem tem autoridade para batizar? João com humildade e servo de Cristo transfere toda glória para Jesus (Jo 3.25-30). Esta deve ser nossa atitude -- não financiar esta idéia no nosso meio, pois ninguém recebe coisa nenhuma se do céu não for dado e toda nossa capacidade vem de Deus. Amados, vamos tratar do corpo de Cristo com carinho, eliminando tudo aquilo que prejudica os membros deste corpo.

Conclusão

Não temos termo mais apropriado (doença) do que este para tratar da competitividade na igreja. Não estamos num fla x flu, não estamos num Brasil x Argentina, estamos inseridos no corpo de Cristo, e este não pode ser mutilado pelas nossas competições (se é que isto é possível). Deus habita em nós por meio de seu Espírito, toda a glória deve ser transferida para Jesus. Vamos trabalhar, edificar, plantar tendo sempre em mente que a glória é do mestre como diz Paulo: aquele que se gloria, gloriasse no Senhor e uma vez mais publicamos na igreja 1ª Co. 1.10 “guardai a concórdia uns com os outros, de sorte que não haja divisões entre vós; sede estreitamente unidos no mesmo espírito e estreitamente unidos no mesmo modo de pensar”. A competitividade na igreja destrói toda a idéia de comunhão das Escrituras Sagradas.


 
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